quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A Necessidade do Perdão


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Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?
Respondeu Jesus: Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete". (Mt 18,21-22)

Como é difícil perdoar aqueles que pecam contra nós... Ainda mais quando não fazemos nada no sentindo de perdoar. Ficamos parados sem esboçar qualquer atitude. Sem contar quantas vezes dizemos para nós mesmo que não conseguimos perdoar...
O perdão é algo que deve ser exercitado!
Como aprendemos andar de bicicleta? Ora, andando! É verdade que vamos cair, ganhar alguns arranhões, mas tudo bem, não vamos morrer por causa disso.
Da mesma forma só aprenderemos a perdoar perdoando! Se você não pratica o perdão, não condiciona seu coração para perdoar, como você vai dizer que não consegue perdoar? Seria a mesma coisa dizer que você não consegue andar de bicicleta sem nunca ter tentando!
Jesus vem nos ensinar na passagem acima que o perdão é gratuito e em quantidade indeterminada, ou seja, não tem fim. É isso o que significa 70 x 7 no texto Sagrado.
Mas, para sermos capazes de perdoar, temos que abrir nosso coração e deixar que Cristo o lave por inteiro. Manter o coração fechado é o mesmo que represar água em um recipiente. Se você deixa a água parada ali por muito tempo, ela vai apodrecendo. Da mesma forma é o nosso coração. Se guardamos sentimentos negativos, e pior, vamos realimentando cada vez mais esses sentimentos, juntando outros, remoendo, ressentindo tudo o que de ruim que está no nosso coração vamos fazendo dele um depósito de lixo. Não há dúvida nenhuma que aos poucos ele vá apodrecendo. Ai começamos a ter problemas nos nossos relacionamentos com as pessoas: Marido e mulher, namorado e namorada, amigos, familiares... Logo se tornará algo tão podre que vai afetar as pessoas, ou melhor, nosso relacionamento com os outros à nossa volta.
No entanto, o contrário disso acontece quando deixamos aberto nosso coração para que os sentimentos estejam sempre se renovando. O que é negativo é esvaziado, dando lugar para o positivo, as mágoas, rancor e até mesmo ódio dão lugar ao sentimento de querer bem ao outro, de se sentir querido, de amar todos os que estão à nossa volta.

"Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará.
Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará". (Mt 6, 14-15)

Acho que Jesus não poderia ter sido mais claro com essas palavras. O amor de Deus por nós é incondicional, não há nada que possamos fazer para merecer ou desmerecer. Mas, o perdão exige uma condição: Perdoar para ser perdoado!
Para nos abrirmos ao perdão temos que tomar consciência de algumas coisas:
1 - Todas as pessoas à nossa volta, em algum momento, vão nos magoar. Quer queiram, ou não. Umas nos machucarão profundamente, outras nem tanto... Isso se dá ao fato da nossa natureza humana.
2 - Nós vamos magoar alguém! Quer seja conscientemente ou não. Talvez uma palavra dita na hora errada, de forma errada pode causar um impacto negativo aos que estão à nossa volta.
De posse desses dois pontos podemos chegar à seguinte conclusão: Se nós dizemos que ninguém tem o direito de nos magoar, também deveríamos ter consciência de que não temos o direito de magoar ninguém. Entretanto, não é bem assim que acontecem as coisas. Infelizmente somos mais tentados a nos sentirmos prejudicados, feridos e magoados do que nos sentirmos culpados por algo.
É mais que lógico perdoarmos para sermos perdoados!

Às vezes tenho a sensação de que vivemos conforme as leis do Antigo Testamento, onde era "olho por olho, dente por dente". Onde era ensinado amar os amigos e odiar os inimigos.
Cristo veio justamente aperfeiçoar essa lei dizendo que devemos amar uns aos outros como ele nos amou. Cristo ainda foi mais longe ao dizer que se nos baterem na face direita deveríamos oferecer a esquerda. Creio que dificilmente encontraríamos uma pessoa com tamanho amor e fé em Deus!
Uma música uma vez dizia assim: "Prefiro acreditar no melhor das pessoas". E para acreditarmos no melhor das pessoas, para sabermos o sentido da verdadeira amizade, temos que ser como crianças. Infelizmente o mundo valoriza a maturidade.... Temos que ser maduros para enfrentar as dificuldades da vida, as responsabilidades dentro do lar e no trabalho. Não quero dizer que isso é ruim. O que quero dizer é que viver conforme o mundo dos adultos nos tira a pureza, a inocência e, muitas vezes, até mesmo a fé em Deus.
Que possamos ser como crianças que não olham para os outros esperando ataques, como se fossem inimigos os quais devemos evitar. Peçamos a Deus que nos dê um coração puro e olhar inocente para aprendermos o real sentido do Perdão!

Elder Kened

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