sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Como começar a compor músicas cristãs?

Para os músicos que estão começando a compor:
A primeira coisa é ter uma experiência com a Palavra de Deus, pois ela é o norte para toda composição. Existem pessoas que fazem músicas de poesia, mas a música cristã forte é aquela que narra a Palavra de Deus de uma maneira artística.

Aí você junta essa experiência que você tem com a Palavra de Deus com a experiência que você tem em ouvir pessoas, nas situações que você passou. É esse tipo de música que realmente faz a diferença na vida das pessoas. Você precisa compor aquilo que você vive, em conseqüência, vai cantar aquilo que você compôs e viveu.

Tudo isso colocado em um momento de show ou em uma missa ou grupo de oração, vai trazer muito mais verdade para as pessoas. Porque a música não é somente uma criação do intelecto, mas que passa pela inteligência, pela experiência de vida e pelo seu contato pessoal com Deus.

Por que algumas músicas são ícones, são cantadas por tantas bocas, em tantos lugares e marcam a nossa vida? Como as músicas de Padre Zezinho, de Padre Jonas, Martin Valverde, Ricardo Sá, Eugênio Jorge...
Por que algumas músicas calam no coração do povo?
Isso acontece porque existe uma vivência espetacular e que foi traduzida em música e isso é o que vale.

Você que está compondo ou começando a compor, pedindo este dom a Deus, saiba que se você viver a Palavra de Deus, vai compor bem. Mas, se você não viver aquilo que compõe, será só poesia... e o que muda a vida das pessoas é a Palavra de Deus, só o seu contato pessoal com ela poderá fazer isso acontecer."








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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

É BOM FAZER PROMESSAS?

 
As pessoas perguntam: O que a Igreja diz sobre as promessas? A Igreja as aprova quando realizadas adequadamente. Os santos faziam promessas. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que: “Em várias circunstâncias o cristão é convidado a fazer promessas a Deus... Por devoção pessoal o cristão pode também prometer a Deus este ou aquele ato, oração, esmola, peregrinação, etc. A fidelidade às promessas feitas a Deus é uma manifestação do respeito devido à majestade divina e do amor para com o Deus fiel” (CIC § 2101).

Há passagens bíblicas que contêm promessas. Jacó faz uma promessa a Deus: “Jacó fez então este voto: “Se Deus for comigo, se ele me guardar durante esta viagem que empreendi, e me der pão para comer e roupa para vestir, e me fizer voltar em paz casa paterna, então o Senhor será o meu Deus. Esta pedra da qual fiz uma estela será uma casa de Deus, e pagarei o dízimo de tudo o que me derdes” (Gn 28,20-22).

Ana, a mãe do profeta Samuel, fez um voto: “E fez um voto, dizendo: Senhor dos exércitos, se vos dignardes olhar para a aflição de vossa serva, e vos lembrardes de mim; se não vos esquecerdes de vossa escrava e lhe derdes um filho varão, eu o consagrarei ao Senhor durante todos os dias de sua vida, e a navalha não passará pela sua cabeça” (1Sm 1,11).

Alguns salmos exprimem os votos ou as promessas dos orantes de Israel (Sl 65, 66, 116; Jn 2,3-9).

“Se oferecerdes ao Senhor alguma oferenda de combustão, holocausto ou sacrifício, em cumprimento de um voto especial ou como oferta espontânea...” (Nm 15,3).

“Se uma mulher fizer um voto ao Senhor ou se impuser uma obrigação na casa de seu pai, durante a sua juventude, os seus votos serão válidos, sejam eles quais forem. Se o pai tiver conhecimento do voto ou da obrigação que se impôs a si mesma será válida. Mas, se o pai os desaprovar, no dia em que deles tiver conhecimento, todos os seus votos... ficarão sem valor algum. O Senhor perdoar-lhe-á, porque seu pai se opôs” (Nm 30,4-6).

No entanto, havia a séria recomendação para que se cumprisse o voto ou a promessa feita. “Mais vale não fazer voto, que prometer e não ser fiel à promessa” (Ecl 5,4). São Paulo quis submeter-se às obrigações do voto do nazireato: “Paulo permaneceu ali (em Corinto) ainda algum tempo. Depois se despediu dos irmãos e navegou para a Síria e com ele Priscila e Áquila. Antes, porém, cortara o cabelo em Cêncris, porque terminara um voto” (At 18,18).

“Disseram os judeus a Paulo: “Temos aqui quatro homens que fizeram um voto... Purificar-te com eles, e encarrega-te das despesas para que possam mandar rapar a cabeça. Assim todos saberão que são falsas as notícias a teu respeito, e que te comportas como observante da Lei” (At 21, 23s).

É certo que as promessas não obrigam Deus a nos dar o que Ele não quer dar, pois sabe o que é melhor para nós, mas estas podem obter do Senhor, muitas vezes através da intercessão dos santos, graças de que necessitamos. Jesus mandou pedir e com insistência.

As promessas nada têm de mágico ou de mecânico, nem podem ser um “comércio” com Deus; pois não se destinam a “dobrar a vontade do Senhor. Às vezes os fiéis prometem até coisas que não conseguem cumprir por falta de condições físicas, psíquicas ou financeiras, e ficam com medo de um castigo de Deus Pai. Pior ainda quando alguém faz uma promessa para que outro a cumpra, sem o seu consentimento. Os pais não devem fazer promessas para os filhos cumprirem.

Ao determinar que nos daria as graças necessárias nesta vida, o Todo-poderoso quis incluir no Seu desígnio a nossa colaboração mediante a oração, o sacrifício, a caridade, etc. Deus quer dar levando em conta as orações que Lhe fazemos. Sob esta ótica, as promessas têm valor para Deus e para nós orantes, pois alimentam em nós o fervor; estimulam nossa devoção; exercitam em nosso coração o amor a Deus; e isso é valioso. Uma promessa bem feita pode nos abrir mais à misericórdia do Senhor.

Quando não se puder cumprir uma promessa feita a Deus, procure um sacerdote e peça-lhe que troque a matéria da promessa. Essa solução está de acordo com os textos bíblicos que preveem a possibilidade da mudança dos votos (ou promessas) por parte dos sacerdotes: “Se aquele que fizer um voto não puder pagar a avaliação, apresentará a pessoa diante do sacerdote e este fixá-la-á; o valor será fixado pelo sacerdote de acordo com os meios de quem fizer voto” (Lv 27, 8; cf. Lv 27,13s.18.23).

Procure prometer práticas não somente razoáveis, mas também úteis à santificação do próprio sujeito ou ao bem do próximo. Quanto aos ex-votos (cabeças, braços, pernas... de cera), que se oferecem em determinados santuários, diz Dom Estevão Bettencout que “podem ter seu significado, pois contribuem para testemunhar a misericórdia de Deus derramada sobre as pessoas agraciadas; assim levarão o povo de Deus a glorificar o Senhor; mas é preciso que as pessoas agraciadas saibam por que oferecem tais objetos de cera, e não o façam por rotina ou de maneira inconsciente” (PR, Nº 262 – Ano 1982 – Pág. 202).

Entre as melhores promessas estão as três clássicas que o próprio Jesus propôs: a oração, a esmola e o jejum (cf. Mt 6,1-18). A Santa Missa é o centro e o alimento por excelência da vida cristã. A esmola "encobre uma multidão dos pecados” (cf. 1Pd 4,8; Tg 5,20; Pr 10,12); o jejum e a mortificação purificam e libertam das paixões o ser humano. Jesus disse que certos males só podem ser eliminados pelo jejum e pela oração.

Se a prática das promessas levar o cristão ao exercício dessas boas obras, então é salutar. As promessas nada têm a ver com as “obrigações” dos cultos afro-brasileiros, mas são expressões do amor filial dos cristãos a Deus.

Felipe Aquino
Site do autor: www.cleofas.com.br

Postado por: Vitor Jacobem de Mello
@vitorjm11

QUEM SERVE É PARA SERVIR?

 
Vejo em alguns grupos, comunidades e movimentos, as lideranças dizendo quem serve e quem não serve para servir a DEUS. Ficam monopolizando as atividades na igreja com a desculpa de que fulano ainda não se converteu, sicrano até tem o dom, mas ainda não renunciou algumas coisas que o mundo oferece como festas, bebida, etc.


Uma vez um amigo me fez refletir, que seria muito bom se os pecados das lideranças de nossos grupos fossem só a bebida, porem os mesmos não conseguem olhar a trave que há em seus olhos, suas omissões, seus julgamentos, suas faltas de caridade, muitas vezes que mataram pessoas com suas palavras e ações.


Não podemos esquecer de como Jesus fazia para escolher seus servos, seus discípulos. Jesus não esperou nenhum de seus escolhidos se converterem para depois segui-Lo, muito pelo contrário, ELE somente fez o convite e esperou a decisão do servo chamado, só bastava o querer. Muitos provavelmente começaram a seguir Jesus por euforia, por interesse, mas nem assim ELE expulsou ou excluiu alguém.


Por que Jesus agiu assim? Por que seria muito mais fácil a conversão dessas pessoas a partir do momento que elas vivessem próximo de Jesus, sendo amadas por ELE, sendo corrigidas por ELE e sendo instruídas por ELE.


Não podemos nos acomodar e esperar os santos, prontos para servir a DEUS, precisamos de fazer como Cristo, dar uma oportunidade para aqueles que querem, e os convidar para nosso convívio, apresentar Jesus, amar, ensinar, corrigir, formar, para no momento certo esses filhos possam ter um contato com Espírito Santo que é o único capaz de trazer a eles o desejo da renuncia e conversão. Pense bem antes de julgar, Jesus veio para os enfermos e não para os saudáveis. É muito melhor termos um jovem usando brinco, saindo pra festas, e até mesmo bebendo, do que não te-lo. Precisamos assumir nosso posto e parar de colocar a culpa neles, deixemos a preguiça de lado e vamos trabalhar para que estes filhos desejem estar conosco, no convívio de Cristo.

Não podemos ser tão interesseiros ao ponto de querer usar o dom de um jovem para converter aos outros, porem não deixar que esse dom converta a ele mesmo.


Se preocupa com o que as pessoas vão dizer? Seja sábio como Cristo e ofusque os erros dos seus servos com suas grandes obras.




Imagine se Jesus não tivesse convidado Mateus, Pedro, Marcos, João, Paulo, entre outros, por causa de suas falhas. O que seria da nossa igreja?


Vitor Jacobem
@vitorjm11

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És Hulmilde ?

 


Deixa-me que te recorde, entre outros, alguns sinais evidentes de falta de humildade:pensar que o que fazes ou dizes está mais bem feito ou dito do que aquilo que os outros fazem ou dizem; – querer levar sempre a tua vontade avante; – discutir sem razão ou- quando a tens – insistir com teimosia e de maus modos; – dar o teu parecer sem que te peçam, ou sem que a caridade o exija; – desprezar o ponto de vista dos outros; – não encarar todos os teus dons e qualidades como emprestados; – não reconhecer que és indigno de qualquer nota e estima, que não mereces sequer a terra que pisas e as coisas que possuis; – citar-te a ti mesmo como exemplo nas conversas; – falar mal de ti mesmo, para que façam bom juízo de ti ou te contradigam; – desculpar-te quando te repreendem; – ocultar ao Diretor algumas faltas humilhantes, para que não perca o conceito que faz de ti; – ouvir com complacência quando te louvam; ou alegrar-te de que tenham falado bem de ti; – doer-te de que outros sejam mais estimados do que tu; – nega-te a desempenhar ofícios inferiores; – procurar ou desejar singularizar-te; – insinuar na conversa palavras de louvor próprio ou que dêem a entender a tua honradez, o teu engenho ou habilidade, o teu prestígio profissional…; – envergonhar-te por careceres de certos bens…





José Maria Escrivá





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terça-feira, 26 de outubro de 2010

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missa na igreja so henriquequelman

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FILMES ESPIRITAS LIDERAM RECORDES DE BILHITERIA NO BRASIL

Folha de S. Paulo

Nosso Lar”, filme baseado em best-seller de Chico Xavier, liderou as bilheterias de cinema do Brasil neste final de semana, ao arrecadar R$ 6,1 milhões em ingressos em 443 salas entre sexta e domingo, informou nesta tarde a distribuidora Fox.
 
O número divulgado faz uma estimativa das vendas de domingo e pode mudar até o fechamento final, a ser anunciado entre segunda e terça.

Se confirmado, “Nosso Lar” será a segunda maior abertura para um filme brasileiro desde a retomada do cinema nacional, em 1995, atrás apenas da cinebiografia “Chico Xavier“, outro longa de temática espírita, que fez R$ 6,2 milhões em 377 salas em abril.

“Nosso Lar”, dirigido por Wagner de Assis e feito com R$ 20 milhões, narra a morte do médico André Luiz e a chegada de seu espírito a uma “colônia”, em cenários repletos de efeitos especiais. A trilha sonora é de Philip Glass.

Já “Chico Xavier”, dirigido por Daniel Filho e feito com R$ 12 milhões, estreou em 2 de abril, aniversário do centenário de nascimento do médium, e foi visto por mais de 590 mil pessoas em três dias.

Segundo o FilmeB, que reúne dados das distribuidoras no país, “Chico Xavier” é o filme brasileiro mais visto de 2010. Na lista com filmes internacionais, o longa espírita é o sétimo mais visto.

Em terceiro lugar entre as maiores aberturas do cinema nacional desde 1995 está “Se Eu Fosse Você 2″, também de Daniel Filho, que estreou em janeiro de 2009 com R$ 5,7 milhões.

Você vai assistir? 
Fala sério!!!!

O Espírito Santo está na moda?


Quero começar este texto com uma comparação/reflexão muito esdrúxula, porém desejoso de que ela fosse verdadeira.

Certo dia, ao ligar a TV, vi o primeiro capítulo de uma novela transmitida em horário “nobre”. Na cena que assisti, uma atriz muito conhecida usava ao pescoço uma medalhinha redonda que continha ao centro a figura de uma pomba. Pensei com meus botões: ___ Essa medalhinha vai virar moda!Dito e feito! Passados alguns dias, não é que várias pessoas já estavam usando uma medalhinha idêntica! E olha que moro no interior, onde as novidades demoram um pouco a chegar. Fiz uma pesquisa muito “profunda” com as “peruas” de plantão sobre este ato de usar tal objeto. Todas foram unânimes ao dizer que tal figura está “na última moda…” E acrescentaram que, também, “tá” na moda colocar o “Divino” na porta de casa. Fui verificar algumas casas e também constatei a veracidade do que diziam: muitas casas com a figura de uma pomba entalhada na madeira, de gesso ou de resina nas portas principais das casas.

Todas estas constatações levaram-me ao devaneio utópico de que, com a mesma ânsia com que as pessoas usavam este que é um dos símbolos do Espírito Santo, a saber, a pomba¹, também O vivenciassem numa experiência profunda de Deus. A experiência do Espírito não é uma vivência atemporal, que somente uns poucos “privilegiados” tiveram a oportunidade de usufruir. Os que fizemos tal experiência suplantamos uma resposta imediata e irrefletida à presença e atuação desta Pessoa trina com muito louvor dirigido à majestade de Jesus, à glória de seu soberano domínio, ao triunfo de sua ressurreição vitoriosa, à sua solicitude². Mesmo que muitos duvidem de inúmeras evidências, não se pode desacreditar da atuação prodigiosa do Espírito Santo em nosso tempo como no tempo dos Atos dos Apóstolos.

Embora a utilização de objetos externos,sem saber exatamente o que representam,seja uma prática muito comum, as pessoas que se utilizam de tais símbolos, têm a vaga noção de que “aquilo” é coisa boa, do bem.
Sinceramente, gostaria que o Espírito Santo realmente fosse moda. Não na exterioridade, mas no íntimo, no interior de cada ser vivente. A começar por todos que são assíduos na fé como também as outras pessoas que “usam” porque está na moda, sem ao menos saber o teor de tal uso. O Espírito Santo desceu sobre Jesus e O ungiu como tinha prometido aos profetas, a fim de que nós pudéssemos haurir da plenitude de sua unção e assim sermos salvos. ³

A simbologia do Espírito Santo nas Sagradas Escrituras é bem ampla, contudo a maioria O vê como “pomba”. O Espírito Santo é aquele que, depois do batismo ,desceu sobre o Senhor como uma pomba e aí permaneceu,habitando somente em Cristo de maneira plena, total e sem nenhuma limitação, e inclusive, com toda a sua abundância e redundância, para que Dele todos nós pudéssemos receber como que gotas de Graça,permanecendo intata nele toda a fonte do Espírito Santo, como se da plenitude do Espírito que habitava em Cristo partissem muitos pequenos riachos de dons e de operações. 4

Minha hipótese de que aquela medalhinha virasse moda foi confirmada!Muitas mulheres (e quem sabe homens também) estão usando. Não está errado usar, absolutamente não é essa minha constatação!Esta inferência servirá apenas para desejar que com a mesma ânsia apressada de estar na moda do “mundo” conclamo a que todos queiram estar na “moda” de uma espiritualidade verdadeiramente pentecostal, promovendo a chamada “Cultura de Pentecostes”. Quem sabe assim, as minhas irmãs “Peruas” não se transformassem idilicamente em pombas… (do Espírito Santo é claro!!!). 

Leandro Rabello Batista
Membro da Comissão Estadual de Formação-RJ

O Que é Inspiraçao Biblica

A Bíblia é a Palavra de Deus inspirada. Mas como se dá essa inspiração? Talvez imaginemos um ditado mecânico como a de um chefe à sua datilógrafa. Esta escreve coisas que não entende e que são entendidas apenas pelo chefe e sua equipe. Isso não é a inspiração bíblica. Pois, ela não dispensa certa compreensão do autor humano (o hagiógrafo), nem sua participação na redação do texto sagrado.
A inspiração bíblica também não é revelação de verdades que o autor humano não conheça. Existe sim, o carisma da Revelação, especialmente nos profetas. Mas é diferente da inspiração bíblica. Esta se exercia, por exemplo, quando o hagiógrafo descrevia uma batalha ou outros fatos documentados em fontes históricas, sem receber revelação divina.
Inspiração Bíblica é a iluminação da mente do autor humano para que possa, com os dados de sua cultura religiosa e profana, transmitir uma mensagem fiel ao pensamento de Deus. O Espírito Santo fortalece a vontade e as potências executivas do autor para que realmente o hagiógrafo escreva o que ele percebeu.
Tais livros são todos humanos (Deus em nada dispensa a atividade racional do homem) e divinos (Deus acompanha a redação do homem escritor). A Bíblia é um livro divino-humano. Transmite o pensamento de Deus em roupagem humana. Assemelha-se ao mistério da Encarnação, onde Deus se revestiu de carne humana, pois na Bíblia a Palavra de Deus se revestiu da palavra do homem (judeu, grego, com todas as suas particularidades de expressão).
A finalidade da inspiração bíblica é estritamente religiosa. Não foi escrita para nos ensinar ciências naturais, mas aquilo que ultrapassa a razão humana (o sentido do mundo, do homem, da vida, da morte, etc diante de Deus). Portanto, não há contradição entre a Bíblia e as ciências naturais. Mesmo Gênesis 1-3 não pretende ensinar como nem quando o mundo foi feito.
A Bíblia só é inspirada quando trata de assuntos religiosos? Há páginas na Bíblia não inspiradas?
Toda a Bíblia, em qualquer de suas partes, é inspirada, qualquer que seja a sua temática. Ocorre, porém, que Deus comunica sua mensagem religiosa em linguagem familiar pré-científica, bem entendida no trato quotidiano. Por exemplo, quando falamos em “nascer-do-sol” ou “pôr-do-sol”, supomos o sistema geocêntrico (ultrapassado), mas não somos taxados de mentirosos, porque não pretendemos definir assuntos de astronomia. Assim, quando a Bíblia diz que o mundo foi feito em 6 dias, ou que a luz foi feita antes do sol e das estrelas, ela não ensina teorias astronômicas, mas alude ao mundo em linguagem dos hebreus antigos para dizer que o mundo todo é criatura de Deus. Portanto, em assuntos não-religiosos, a Bíblia adapta-se ao modo de falar familiar ou pré-científico dos homens que, devidamente entendido, não é portador de erro.
Também todas as “palavras” da Escritura são inspiradas. Os conceitos dos homens estão sempre ligados às palavras. Quando o Espírito Santo iluminava a mente dos autores sagrados, iluminava também as palavras. É por isto que os próprios autores sagrados fazem questão de realçar de realçar vocábulos da Bíblia: Jo 10,34-35; Hb 8,13; Gl 3,16.
Notemos, porém, que somente as palavras das línguas originais (hebraico, aramaico e grego) foram assim iluminadas. As traduções bíblicas não gozam do carisma da inspiração. Por isso, ao ler a Bíblia, devemos nos certificar de estarmos usando uma tradução fiel e equivalente aos originais.
“Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça.” (2Tm 3,16).
Para extrair a mensagem religiosa é absolutamente necessário levar em conta o gênero literário do texto. Por exemplo, “leis” tem seu gênero literário próprio (claro e conciso para que ninguém possa se desculpar), a poesia tem gênero literário oposto ao das leis (metafórico, subjetivo). Uma crônica é diferente de uma carta. Uma carta comercial é diferente de uma carta de família, uma fábula é diferente de um fato histórico.
Na Bíblia há diversos gêneros: histórico; história em estilo popular (Sansão); poesia; parábola; alegoria (Jo 15,1-6); a lei e muitos outros. Cada gênero tem suas regras de interpretação próprias. Não posso entender uma poesia (cheia de imagens) como entendo uma lei (clara e sem imagens). Assim, a criação do mundo em Gn 1 é poesia. Enquanto a narração da Última Ceia é relato histórico. Este devo entender ao pé da letra, enquanto aquele outro não o posso.
Antes de ler um livro da Bíblia é necessário se informar do seu gênero literário, a fim de entender os critérios de redação adotados pelo autor. Tal informação pode ser obtida nas introduções que as edições bíblicas apresentam para cada livro sagrado.
Pergunta-se ainda: se a Bíblia é toda inspirada, como se pode explicar as “contradições” e “erros” que ela contêm? Afinal Deus existe como afirma Jo 1,18 ou não existe como afirma Sl 52(53), 1 ? O sol parou, conforme Js 10,12-14 e Is 38,7s? De Abraão a Jesus houve apenas 42 gerações (Mt 1,17) ? Afinal o maná, era insípido e pouco atraente (Nm 11,4-9) ou saboroso (Sb 16,20s) ?
Responde-se: A Bíblia é isenta de erros em tudo aquilo que o hagiógrafo como tal afirma e no sentido em que o hagiógrafo entendeu.
Portanto, em outras palavras, para obtermos a mensagem isenta de erros devemos verificar se é algo afirmado pelo próprio hagiógrafo, ou se ele afirmou em nome de outrem e qual o gênero que ele adotou.
Voltando aos casos apontados: Em Jo 1,18 o hagiógrafo, como tal, é quem afirma que Jesus revelou Deus Pai. Mas no salmo 52(53), 1, o hagiógrafo apenas afirma (com plena veracidade) que o insensato nega a existência de Deus. O insensato erra ao negar, o salmista apenas verifica o fato. A “parada do sol” está dentro de um contexto de poesia lírica, onde “estacionamento do sol” quer dizer “escurecimento da atmosfera, clima de tempestade de granizo”. Josué pediu a Deus essa tempestade, a qual é relatada em Js 10,11. Os demais casos se enquadram no uso do gênero literário do midraxe.
Midraxe é uma narração de fundo histórico, ornamentada pelo autor sagrado para servir à instrução teológica. O autor conta o fato de modo a destacar o valor ou o significado religioso deste fato. Sua intenção não é a de um cronista, mas a de um catequista ou teólogo. O caso do maná: em Nm há uma narração de cronista, enquanto em Sb é apresentado o sentido teológico do maná num midraxe. O maná era saboroso não por seu paladar, mas por ser o penhor da entrada do povo na Terra Prometida. As 42 gerações relatadas entre Abraão e Jesus visa destacar a simbologia do número 42 (3 x 14): em Cristo se cumpre todas as promessas feitas a Israel, é o Consumador da obra de Davi.
Ao meditarmos a Bíblia, oremos como Santo Agostinho: “Faze-me ouvir e descobrir como no começo criaste o céu e a terra. Assim escreveu Moisés, para depois ir embora, sair deste mundo. Agora não posso interrogá-lo. Se pudesse, eu lhe imploraria para que me explicasse estas palavras. Mas não posso interrogá-lo. Por isso dirijo-me a Ti, Verdade, Deus meu, de que estava ele possuído quando disse coisas verdadeiras. E Tu, que concedeste a teu servo enunciar estas coisas verdadeiras, concede também a mim compreendê-las.” (Confissões XI 3,5)
“Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação particular. Nenhuma foi proferida pela vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus” (2Pd 1,20-21)